
Carta para o meu avô...
Querido avô António Sousa,
O exemplo de vida maravilhoso que foste.
Não conheceste o meu projeto, mas sei que estás muito orgulhoso de mim.
Quem diria que íamos chegar aqui, avô.
A mãe e a avó começaram comigo esta aventura no dia 19 de fevereiro de 2020.
Temos chegados a tantas casas, conhecido tantas pessoas. O Quintal anda por aí avô, até já chegou ao estrangeiro.
Se soubesses as asas que o Quintal está a criar. Está a voar por aí a contar a nossa história.
Uma história sempre encontra caminho de ser contada. A nossa contada através das flores.
Desenhar flores, desde pequenina.
No teu Quintal, no coração da Sé de Braga.
É o que sentimos quando fazemos ramos, conjugamos texturas, imaginamos resultados.
Lutamos por dar nome a artesãos, oleiros, produtores nacionais, pessoas essas que conhecias e tanto gostavas. Quando falei com eles, nem queriam acreditar que a neta do Senhor António estava tão crescida.
Temos tanto talento em Portugal e juntamos essa arte no nosso Quintal. E que orgulho.
Sei que ias gostar.
Estamos a revolucionar o mercado avô, não é um negócio, é um projeto cheio de pessoas.
Cheio de valores que tanto transmitias, a honestidade, justiça e respeito por todos os trabalhadores.
Procuramos a perfeição na imperfeição.
Está ai a beleza da vida.
Com a simplicidade com que sempre nos ensinaste a apreciar as flores.
Em todos os cantos e recantos procurando flores e lembranças que restaram de ti.
Às vezes pareço vislumbrar uma sombra de sorriso aqui e ali.
Ontem senti que me olhavas,
Virei-me depressa na pressa de te encontrar e tudo o que encontrei foi a história que ficou de ti, neste quintal. Tão especial.
Acredito que estejas agradecer a todas as pessoas que estão a confiar em nós.
Com amor e saudade eterna da tua neta,
Larinha.